quinta-feira, 31 de maio de 2012

A relevância das obras práticas para o cristão

1. Obras e Fé
A fé reformada é caracterizada pela fé no Deus invisível, não temos relíquias, imagens ou qualquer símbolo que representa nossa fé. A fé está dentro de cada ser, não pode ser medido ou comparado. Ninguém pode dizer que este ou aquele será salvo. Sabemos também que a fé é a condição fundamental para servir a Deus. Lembro de Hebreus 11:6 “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam.”
Aprendemos com a bíblia que além da questão fundamental da fé, existe também a importância das obras práticas, ou seja, ações que praticamos no dia-a-dia. Como a parábola do bom samaritano (Lucas 10: 25 a 37) ou quando em Mateus 10:42 Jesus diz: “E quem der a beber, ainda que seja um copo de água fria, a um destes pequeninos, por ser este meu discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão.”
Tiago nos diz que a “a fé sem obras é morta.” (Tiago 2:26); aqui não está escrito que a obra é uma condição para a fé ou para a salvação, mas Tiago nos ensina que aquele que tem fé possui obras, sendo portanto, uma evidência externa da fé. Tiago 2:17 “Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta.”
Incorretamente, o espiritismo identifica a salvação através das obras, não temos razões para acreditar nisto, pelo contrário aprendemos que aquele que recebeu salvação, aquele tem têm fé, produz obras. Obras que estão de acordo com a sua fé e não o contrário. Até porque sabemos que “pela graça [somos] salvos, mediante a fé” (Efésios2:8). Talvez possamos comparar com o que João Batista disse aos fariseus em Mateus 3:8 “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento.” João Batista ensinou aos fariseus que eles deveriam possuir obras que comprovavam seu arrependimento.

2. Fazer obras para agradar a Deus
Boas obras agradam a Deus, quando Jesus chamou os discípulos, Ele os salvou, libertou, mas também os comissionou para pregar o evangelho. Esta é a vontade de Deus. O apóstolo Paulo nos ensina a viver “cheios do conhecimento da sua vontade” (Colossenses 1:9), porque assim vamos “andar dignamente diante do Senhor (...) crescendo no pleno conhecimento de Deus;” (Colossenses 1:10). Está escrito que devemos amar a Deus “de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças” (Marcos 12:30). Se, amamos a Deus acima de todas as coisas, precisamos fazer sua vontade.
O Senhor espera que façamos toda a boa obra. Que a saúde que possuímos seja dedicada a ele, e isto em forma de louvor, adoração, oração, Jejum, e também por obras. Provérbios 9:10 “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra, nem indústria, nem ciência, nem sabedoria alguma.”
No antigo testamento Deus se agradava do sacrifício de animais. Agora, na dispensação da graça pela qual vivemos, não sacrificamos animais. Hoje Deus não se agrada de animais mortos sendo queimados em seu altar. Todo o sacrifício já foi realizado na cruz.
Ainda assim, em Romanos no capitulo 12 verso 1 fala dos nossos corpos em sacrifício vivo. “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” Apresentar o corpo a Deus significa consagra-lo. O crente deve consagrar não somente o coração ou a mente, mas de igual modo ter o corpo consagrado. Sabemos que não é possível consagrar a mente (ou os pensamentos) a Deus e o corpo não se comportar de igual modo. Mas podemos pensar que nossas forças estão consagradas a Ele, logo, toda nossa suficiência física deve ser para Sua obra.
Quando um missionário se machuca, ou mesmo perde sua vida no campo missionário, ele não está se sacrificando naquele momento. Este é apenas um desfecho do que o missionário á fez um dia. Ter consagrado seu corpo em sacrifício vivo a Deus.

3. Deus nos usa através das obras
1 Reis 17: 9 a 16. A viúva deu ao profeta Elias a última porção de comida que possuía; e por esta obra feita ao profeta a viúva recebe o milagre que lemos no verso 16 “Da panela a farinha não se acabou, e da botija o azeite não faltou, segundo a palavra do SENHOR, por intermédio de Elias.” Conforme lemos no próprio texto, Elias foi sustentado por uma viúva pobre. Parece incoerente não é mesmo? Uma viúva pobre sustentando o profeta?
O início da igreja é marcado por dias de igualdade, isto porque obras de caridade eram feitas. Atos 4:34 “Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido e o depositavam aos pés dos apóstolos.” Não estou tentando convencer ninguém a vender sua casa para repartir, mas sim, lembrando que podemos servir a Deus com mais do que servimos hoje.
Na multiplicação dos pães, Jesus poderia ter feito o milagre sem a ajuda de ninguém, mas aceitou a contribuição dos 5 pães e 2 peixes, e através desta ação o milagre aconteceu. Mateus 14:17 “Mas eles responderam: Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes.” Verso 20 “Todos comeram e se fartaram; e dos pedaços que sobejaram recolheram ainda doze cestos cheios.”

4. O Senhor espera que cuidemos dos outros
João 21:17 “Pela terceira vez Jesus lhe perguntou: Simão, filho de João, tu me amas? Pedro entristeceu-se por ele lhe ter dito, pela terceira vez: Tu me amas? E respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo. Jesus lhe disse: Apascenta as minhas ovelhas.”
Após a morte de Jesus, o apóstolo Pedro ainda não havia entendido seu chamado para liderar a igreja. Vemos no verso 3 que ele volta a ser pescador. “Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Disseram-lhe os outros: Também nós vamos contigo. Saíram, e entraram no barco, e, naquela noite, nada apanharam.” Ele volta à profissão que exercia antes de Jesus. Precisamos entender que após Jesus nossa vida nunca mais será a mesma.
O apóstolo Paulo instituía Diáconos, Presbíteros e Bispos. A função destes, ele chamava de pastorear. Em nossas igrejas, o pastor é uma função de liderança, mas pastorear, cuidar das ovelhas é para todos.

5. A seara do Senhor é mais importante das obras
Mateus 09:37,38 “Então disse a seus discípulos: Na verdade, a seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.”
Quando são poucos os trabalhadores para uma abundante colheita, é inevitável que se perca parte da produção. Daí a necessidade de muitos trabalhadores. O Senhor não precisa do nosso trabalho, mas é a vontade Dele que pelas nossas mãos a obra dele seja feita.
Jamais podemos pensar que outro fará a obra de Deus. A obra de Deus deve ser feita pelas nossas mãos e não pela dos outros.

6. Fazer a obra nos mantém longe das tentações
Sobre o Rei Davi, diz Atos 13:22 diz “...Achei a Davi, filho de Jessé, homem conforme o meu coração, que executará toda a minha vontade.” Algo dentro do coração de Davi bateu em perfeita sintonia com o coração de Deus. Mesmo assim ele pecou várias vezes. Um dos pecados que mais marcou sua história foi o adultério com a mulher de Urias.
II Samuel 11: 2 a 5
Após anos fugindo da fúria de Saul. Davi esta seguro, livre das perseguições. Ele não está no campo de batalha e sim em casa, descansando; provavelmente almoçou a foi dormir (soninho da tarde). Davi levanta da cama e vê uma mulher jovem, bonita. Infelizmente cai em tentação.
Enquanto Davi estava ocupado e dedicando sua vida às batalhas, ele estava livre da queda, mas quando ele enfim descançou da perseguição de Saul e também da guerra em geral. Ele caiu em tentação. Muitas vezes nossa mente desocupada nos afasta da vontade de Deus.

1 Coríntios 10:31 “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus.”
Colossenses 1:10 “para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus;”
Que Deus abençoe a todos!

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